18 de fevereiro de 2012



DECIFRA-ME


Baixa a guarda
Solta as armas
E,
Divida comigo
Esta metade
Do teu mundo-abrigo
Eu sou
Por um instante
Assim
Blindada por enigmas
(te deixo um mapa em branco)


Siga o vento
Teu instinto
Meu momento


Observa as rosas vermelhas
Que enfeitam minha escrivaninha
Feita de amor reciclado

É onde escrevo memórias
(as minhas)
No meu mundo cíclico

Desça comigo esta escada
Sem degraus
Um
De
Cada
Vez

Não há nada em meus arquivos
Nem nas caixas lacradas

E nas fotos:
O eu-metade
O eu-sem-volta
O eu-pretérito-imperfeito

Julga-me
Pelos meus sorrisos
Pega-me
Por todos os beijos
Leva-me
Pelos meus abraços

Beija meus olhos de novo
Apaga a luz, fecha as janelas
Porque dessa vez 
O inverno será breve por aqui...