24 de março de 2012



Há um poder de destruição nas vozes que me rodeiam. Danço solitária uma canção sem melodia.
Sento na areia quente desta praia deserta, transpirando até criar um novo mar que entra pelas minhas narinas e afoga a saudade do teu sorriso que pintei em telas imaginárias.

São quadros que penduro em minhas paredes brancas

mas,

não ouso levantar meus olhos.

Minto pra mim e digo que permaneces ali
Com teus olhos a me seguir
Por todo canto da casa

3 de março de 2012




Implacável é o tempo...



E dou corda em teus minutos no silêncio dos meus dias insanos.

Enquanto tuas digitais
Permanecerem em minhas costas




Finalmente anoitece. E sinto a força da palavra pulsar neste corpo que adormecia. Não temo mais o frio, tampouco os sinais de gelo que tornavam cinza os dias de sol quente. Restituição das cores fortes numa aquarela de universos que eu guardo como um cão que zela pelo seu dono. Necessito descer ao abismo chamado medo. Lá estão as minhas iniciais. Volto à luz e respiro o ar dos dias de gozo absoluto. Paraíso astral.  Terra-Mercúrio. Monstros insanos presos nos livros que não escrevi.  Por fim, depois da agonia,  o antídoto na última página. Serenamente adormeço recitando meus versos futuros. Ninguém me matará desta vez. Nem eu.

Sandra Fuentes