16 de agosto de 2009


A MÃO DO VERSO


Não sinto a lágrima escorrer
Quando escrevo
Mas só percebo
Quando ela molha o papel
E aquela mancha que fica
É um carimbo, um sinal
Que os meus versos têm força
E que na minha pausa
No meu cansaço
Mergulho no meu infinito
Como um escafandrista
Que busca vestígios
Na escuridão da alma
E nos escombros de mim
Eu acho a rima que me salva
Me resgata e me faz respirar
Então renasço das cinzas
Tal Fênix
E escrevo
Até morrer de novo


(Sandra Fuentes)

Um comentário:

Diogo Xavier disse...

Muito bom. Cada verso, apesar de curto, é muito profundo. Lembro-me de Clarisse Lispector, na sua última entrevista gravada, exibida na tv cultura e republicada pelo youtube: ela disse que estava morta, entre a conclusão de uma obra e o início de outra.
Parabéns.