27 de fevereiro de 2012




Como se momentos de prazer diluÍssem as horas de solidão.
...

Ser a outra é ser não sei o quê.
Sentir-se especial vestindo roupas de trapo.
É ter que pegar senha para um beijo.
Contar o tempo.
Ficar na fila.
Ouvir o silêncio e permanecer calada.
É sentir o abraço da angústia.
O afago da saudade.
É ter o que não se tem.
É olhar-se no espelho e sentir-se a puta.
A verdadeira puta.

Ser resto, ser escarro, ser nada.
Fazer das palavras um manto para cobrir o frio que a alma sente.

Ouço e guardo as palavras.
Depois cuspo.
Vomito.
Espero.
Sem saber.
Quem realmente sou.

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