9 de março de 2011


DUETO SOLITÁRIO
Escrevo quando minha alma está triste. Não conheço as letras de festa. Minhas notas musicais são mudas e mesmo assim carrego comigo as partituras. O som do nada, a quietude de uma canção para surdos é o que tenho levado comigo, meu amado, meu amigo.
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Sou um homem que te quis e não pude levá-la.
Sou um homem que pude amá-la até a metade do livro.
Os meus poemas não eram para ti, minha querida.
Foi engano, me desculpe.
Não fui forte o suficiente para lhe contar a mentira.
Eu te amo, mas não te posso.
Há só um ponteiro em meu relógio de ouro e não sei marcar o tempo.
Me perdoe, mulher.
Por não editar todas as cartas que a mim foram enviadas.
Continuarão como estão, esquecidas pelos séculos.
Até que alguém as encontre, reescreva e possa dedicá-las a mim novamente.

(Quando eu for pássaro E realmente quiser voar contigo)