19 de junho de 2010


PÁGINAS


Preciso de uma página. Somente uma página. Tornou-se leve a minha poesia feita de absinto. Hoje tomo um cálice de verbos e embriago-me na imensidão que a liberdade me concede. O amor pede espaço, um jardim de tulipas vermelhas com uma música ao fundo. Sento-me à soleira da porta e observo o tempo. Tudo indica que vai chover. Chego a sentir o cheiro da terra molhada vindo com o som das páginas em branco que o vento me traz. Só quero uma. Somos breves e livres. Eu e o poema. Talvez nem precisemos mais de tinta.