24 de fevereiro de 2010


NAVE DE CONCRETO



Ela queria apenas ver como era o rosto dele iluminado pela lua nova.E viu. Era como imaginava. Sentou-se nas pedras e ficou esperando anoitecer. Quem era ele? Ela sabia. O mar a fascinava. Mistério e escuridão. Beijos roubados e ondas batendo nas rochas. À noite não se enxerga muito bem o futuro. Eles tinham o que havia de mais precioso. Este tesouro guardavam em segredo. Ela o olhou mais uma vez. Dançaram ao som de uma canção que só eles ouviam. E saíram dali. Os dois apenas. Numa nave imensa e branca, feita de concreto.


Sandra Fuentes

Niterói, 19 de fevereiro de 2010.