11 de julho de 2010


TEMPO


Talvez eu aguarde mais algumas horas.
Sinto que sou essa areia colorida que brinca nesta ampulheta velha.
E tento ser o tempo.
E sou...
Sou angústia de espera.
Estou sentada no meio fio, no mormaço,
esperando por uma brisa que chega de meia em meia-hora.

Nuvens...
Muitas delas!
O tempo fecha de repente.
E caem ponteiros que inundam o asfalto.
Observo apenas.
Levanto-me encharcada pela chuva.
Da angústia.
Da espera.
Da areia.
Do mormaço.
Dos ponteiros.
Das nuvens.
Do asfalto.
Do meio-fio.
Da ampulheta.
Da brisa.
Do tempo,
Do tempo,
Do tempo...


(sandra fuentes)