EQUAÇÃO
E ela amava de forma estranha.
Ele racionalizava, calculava e fazia equações intermináveis com cada palavra de amor que ela dizia.
Ela amava apenas.
Embrulhava seu coração para presente e o entregava.
O presente ficava ali, num canto, esperando ser aberto.
E ela, absorta em seus delírios, amava.
Não era boa em matemática.
Escrevia poesias nos muros e cantava canções intermináveis.
Vivia a procura de borboletas azuis.
Não se sabe exatamente pra quê.
Ela era amor, versos e melodia.
Tinha pouco tempo para aprender a fazer do seu coração um cérebro.
Deveria pensar rápido para não errar.
Amor, fogo, gelo, números e uma folha de papel.
Tinha cinco minutos para escrever um poema de amor frio.
Não conseguia.
Acho que jamais conseguiria.
(sandra fuentes)