Vivo na eterna busca
Vivo à procura de mim
Do que fui, sou, serei
O que você vê?
Vejo vários espelhos
Em nenhum percebo minha imagem refletida
Quem sabe há marcas de dentes no meu pescoço?
Sou o infinito, sou o inefável
Sou aquilo que a poesia não diz
Não vê
Não traduz
Um muro alto, instransponível
Mas meu voo há de ser pleno
Intenso, rumo ao que não espero
Porque se espero, não voo
Eu travo
E não encontro o que quero
Sou uma carta de amor lacrada
Guardada em segredo
Esperando que alguém, talvez
Um dia abra
(Sandra Fuentes)